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segunda-feira, 8 de abril de 2013

PRAGA - A BELEZINHA DO LESTE


Uma das cidades mais bonitas do mundo, onde o carisma encantador de seus habitantes deixa qualquer turista se sentindo em casa. Isso sem falar do elevado padrão cultural da população. Sim, estamos na República Tcheca.
A população é de aproximadamente 10 milhões de pessoas, sendo que pouco mais de 1,3 milhão vive na capital Praga. Bastante movimentada com o turismo, principalmente após a integração do país na União Europeia em 2004, a Republica Tcheca vive também da força da agropecuária e do setor industrial, que está em constante desenvolvimento, com destaque para os setores alimentício e automobilístico. Apesar de fazer parte da UE, a moeda ainda não é o euro, e sim a Koruna Ceská, ou coroa tcheca, representada pela sigla Kc ou CZK. 10Kc equivalem a 1 real. O país oferece bons preços na hospedagem, alimentação e turismo. Nada que um viajante com poucos recursos não possa desfrutar.

Apesar de a língua tcheca ser bastante complicada, o inglês é cada dia mais comum, e a crescente necessidade de aprender outras línguas faz com que os tchecos se aperfeiçoem cada dia mais em outros idiomas. Vira e mexe jovens passam uma temporada em Londres para estudar. O alemão também é bastante falado no país.

O clima varia entre 18 e 24 graus no verão, ou seja, bem ameno. No inverno a coisa complica um pouco, variando entre -5 e 3 graus.


Chegamos em Praga, parada obrigatória para qualquer viajante que esteja de passagem pelo país. A impressão que se tem é de que a cidade foi desenhada a mão, com todos os seus contornos marcantes da arquitetura gótica e barroca, o que fez com que ela se tornasse patrimônio da UNESCO, e com justiça. Caro leitor, me permita dizer uma coisa: Praga é uma das cidades mais bonitas do mundo. Na minha humilde opinião, claro. Para mim, ela está no top five das cidades mais maravilhosas dentre os 30 países que visitei. Quer conhecê-la melhor? Então prepare-se para esta leitura pra lá de cultural. Atrações é o que não faltam, vamos ver?

Começamos com uma caminhada pela orla do rio Vltava, em direção à belíssima e famosa Charles Bridge. Construída em 1357, foi a única ponte da cidade durante quase 500 anos. É enfeitada por 30 estátuas de diversos santos, sendo a mais famosa delas a de São João, que, segundo as crenças populares, traz sorte a todos que a tocam. Ao longo dos seus 515 metros de comprimento por 10 metros de largura, artesãos, vendedores ambulantes e artistas de rua dividem espaço com habitantes e turistas. Entre uma foto e outra, que tal procurar por algum souvenir?

Saindo da Charles bridge é hora de conhecer o coração da cidade, a praça velha, onde ficam várias igrejas e casas centenárias. O destaque é para o relógio astronômico, que mostra a hora, dia, mês, a posição da terra, fases da lua e a estação do ano. Centenas de pessoas se aglomeram de hora em hora entre 9h e 21h para assistirem os 12 apóstolos saírem de dentro do relógio como cuco enquanto outras quatro mini estátuas, que simbolizam a vaidade, a avareza, a morte e a invasão pagã balançam suas cabeças. É uma atração interessante da praça, e o melhor, de graça.

Praga vivenciou fatos marcantes da história mundial, como guerras, protestos, rebeliões e diversos outros eventos durante o comunismo, mas mesmo assim permaneceu intacta. Você pode ver de perto parte desta história no bairro judaico, construído no século 13 e que se encontra muito bem preservado até hoje. 4 sinagogas, um museu e o cemitério judaico são os principais pontos turísticos da região.
Você já deve ter ouvido falar do Menino Jesus de Praga, certo? Pois é, a imagem de 48 centímetros feita de cera e madeira, e que é famosa por realizar milagres, está exposta na Igreja de Nossa Senhora Vitoriosa. Um fato curioso é que na própria igreja há também uma coleção com várias roupas da estátua. Roupa para estátua? Sim, as pequenas vestimentas foram doadas por governos do mundo inteiro, permitindo que o figurino do menino Jesus seja trocado de tempos em tempos. Há também nesta igreja uma estátua da padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida, colocada pelo arcebispo da cidade a pedido do embaixador do Brasil em Praga.

Caros leitores, chegou a hora de falar da melhor atração da cidade. Uma verdadeira viagem à idade média, com poderosas armaduras e suas afiadas lanças, calabouço com diversos instrumentos de tortura, corredores com exposições de quadros e objetos de arte. Onde encontrar tudo isso? No Castelo de Praga, é claro.
Mas o castelo não é bem um castelo nos moldes clássicos que nós conhecemos. O que? Como assim? E tudo isso que foi dito logo acima? As armaduras, objetos de arte, etc.? Calma, leitor, eu vou explicar.
Construído durante o século IX, no alto de uma colina, na margem esquerda do rio Vltava, onde a cidade foi fundada, o Castelo, na verdade é um complexo formado por um palácio, um mosteiro, três igrejas, estábulos reais e um grande jardim. Ocupa uma área superior a 72 mil metros quadrados e está no Guinnes Book como o maior castelo do mundo. Antigamente era habitado pelos reis da Boêmia, mas desde 1918 funciona como a sede do governo tcheco. Realmente, visto de fora a última coisa que imaginamos é que lá dentro possa de fato existir um castelo. Confesso que no inicio fiquei meio desanimado de entrar e pensei que não veria nada além de exposições pessoais e algumas pinturas. Decidi entrar, e sabem o que eu vi? No pátio interno, ao som da sinfonia “Minha Pátria”, tocada por soldados do exército, acontecia a troca da guarda. Todos os dias, de hora em hora, soldados se revezam em seus postos, mas a cerimônia mais pomposa acontece ao meio dia, quando os guardas usam trajes especiais e fazem também a troca da bandeira.

Ainda dentro do castelo, a Catedral de São Vito é um dos pontos mais importantes de todo o conjunto. Isso porque até o ano de 1836 todos os reis eram coroados ali e muitos membros da família real foram também cremados no local. Seus restos mortais permanecem lá até hoje. Pensa que acabou? Ainda não, vejam só. As joias da coroa estão guardadas na catedral e o visitante pode ver bem de perto uma coroa com algumas pedras preciosas. Seguindo pelas galerias internas, vários cômodos exibem móveis seculares, quadros que retratavam o cotidiano da época e também uma vasta coleção de armaduras e outros instrumentos de batalha. Me senti dentro de um filme épico como Ben-Hur e Gladiador.

Saindo da catedral e continuando a caminhada pelo pátio, chegamos a Viela Dourada. Um conjunto de casinhas coloridas que serviam como abrigo para os servos do castelo. Alguns séculos depois, no número 22 morou o grande gênio da literatura tcheca e um dos maiores escritores do mundo, Franz Kafka (1883-1924). Hoje em dia as casas funcionam como livrarias e pequenas lojinhas.
Como se não bastasse, o castelo ainda reservaria uma surpresa pra lá de aterrorizante. A tenebrosa Torre Dalibor. E sabem por quê? Ela era nada mais nada menos que a prisão do castelo. Segui em frente e vi uma escada. Desci até o final e avistei uma pequena porta preta de aço entreaberta. Ao entrar dei de cara com o calabouço e vários instrumentos de tortura. Acredite, o local é muito assustador.
E ai leitor, lembra quando eu disse que o Castelo de Praga não parecia um castelo? Pois é, esqueça as impressões iniciais e veja com os seus próprios olhos o que um verdadeiro castelo medieval pode  proporcionar.

Ainda extasiado com toda a riqueza, beleza e diversidade de atrações, saí do castelo e continuei andando pela cidade pensando: E agora, qual é o próximo passo?” Pois bem, depois de tantas atrações, se você ainda tiver pernas, sim, pernas, porque tudo o que eu falei aqui é para ser visitado a pé. Como assim? E o transporte público? Tudo bem, caso precise pegar um bonde, fique a vontade, mas tenho certeza que no meio do caminho você sentirá vontade de descer para caminhar pelos calçadões medievais. Bom, como eu dizia antes, se não estiver cansado você pode cair na noite de Praga, que é bastante eclética e oferece atrações que vão desde óperas até o rock, passando pelo jazz e a música eletrônica.

Caso tenha escolhido ir a uma boate, você provavelmente verá alguém segurando uma garrafa verde e vai se perguntar: “o que é isso?” Bom, dentre as diversas bebidas tchecas, existe a becherovka, um licor amargo produzido através da combinação de 32 ervas, como o anis e a canela. Quer um conselho? Nunca tente acompanhar um tcheco na bebida caso não queira sair carregado da balada. E um detalhe, o seu amigo tcheco sairá andando normalmente depois de passar a noite inteira regada à bebedeira. Sim, eles são bastante resistentes ao álcool, e dividem essa fama com os alemães.

Praga é assim, boa comida a preços compatíveis com o seu bolso, grande variedade de museus, bebidas e uma vida noturna bastante agitada. Tudo isso mesclado ao charme e beleza que a cidade soube manter desde o inicio da sua história.  

E ai, gostou deste artigo? tem alguma dúvida ou sugestão? então comente por favor e deixe-me saber a sua opinião. Muito obrigado e até semana que vem com mais um destino :)
































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